Hoje, Déborah já começa a nos entender. Vez por outra nos surpreende por compreender o que antes falávamos por falar. Ela é um pequeno anjo que Deus deu-me o privilégio de tê-lo ao meu lado, visível, mas que não posso ouvi-lo...Ainda.
Muitas e muitas vezes fiquei falando palavras ao vento, respondendo por Déborah as próprias perguntas que lhe fazia. Tentava, em minha imaginação, ler seus pensamentos, e ela, em sua meditação de pequeno monge em que se tornou, permanecia em seu mundo limitado, quase que intransponível, perdida em labirintos de um silêncio que ainda o aprisiona até hoje, tornando-nos, às vezes tão longe, apesar de estarmos abraçados.
21/11/2003
(Nós quatro apeertadinhos no carro rumo ao sertão)
Muitas e muitas vezes fiquei falando palavras ao vento, respondendo por Déborah as próprias perguntas que lhe fazia. Tentava, em minha imaginação, ler seus pensamentos, e ela, em sua meditação de pequeno monge em que se tornou, permanecia em seu mundo limitado, quase que intransponível, perdida em labirintos de um silêncio que ainda o aprisiona até hoje, tornando-nos, às vezes tão longe, apesar de estarmos abraçados.
( ... )
Quando precisa ouvir algo que quer que falemos por ela, faz de nossa voz a sua voz e, tão delicada como o toque do caule de uma flor no espelho d’água do lago em silêncio, ela acaricia nossos lábios com o toque mágico de suas mãozinhas de santa, então, perguntamos: “Você quer beber? “ Se a resposta for verdadeira, ela começa a sorrir e a pular de felicidade, parando só para repetir o mesmo gesto, se custarmos, no entanto, se é outra frase que quer ouvir, repete o toque em nossos lábios até acertar a tecla do comando da frase que quer dizer.
( Antes de sair para trabalhar é um grude só)
( ... )
Um dos momentos mais lindos que me emociona é quando a vejo feliz da vida, abraçando a sua irmãzinha, a Barbarah, nosso raio de luz, um anjo tagarela que Deus nos enviou para falar pelas duas, e que amamos nos impacientar com ela questionando tudo que ver. Outro momento é quando a vejo voar para os braços de sua mãe, ou procurar por ela ao ouvir sua voz, porém nada... nada é igual quando a vejo tentar tatuar seu rostinho no meu rosto com um forte abraço, como se tivesse medo que este seu beija-flor voasse para bem longe, nem sabe que eu sou muito mais dependente dela do que ela é de mim.
Déborah e Barbarah
Fragmnetos do texto A LINGUAGEM DOS ANJOS do livro O diário de Déborah
Fragmnetos do texto A LINGUAGEM DOS ANJOS do livro O diário de Déborah
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